Sim! Todos nós seres humanos temos! A glândula tireoide está situada na frente dos anéis da traqueia, entre o pomo de adão e a base do pescoço. Com a forma de um H ou de um escudo (thyreos, em grego, quer dizer escudo), consiste num istmo central com um lobo do lado esquerdo e outro do lado direito.
A tireoide guarda uma relação complexa com outras estruturas anatômicas da região – veias, artérias, músculos e nervos – e produz os hormônios tireoideanos, T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), responsáveis por diversos controles do organismo, como as batidas cardíacas, os movimentos intestinais, o poder de concentração do cérebro, o tônus da musculatura, a respiração das células.
No passado, a única forma de examinar a tireoide era por meio da palpação. Em geral, o médico se posicionava atrás do paciente e, com as mãos, procurava verificar se existiam alterações na glândula. Se o advento da ultrassonografia representou um avanço inegável no método de examinar a tireoide, pois permite o diagnóstico precoce de problemas potencialmente graves, trouxe também consigo uma série de questionamentos. Pessoas que fazem ultrassom da tireoide descobrem a existência de dois, três, às vezes múltiplos nódulos absolutamente assintomáticos, e perguntam o que devem fazer diante desse achado – nódulos são uma alteração localizada do tecido, que forma um caroço. O nódulo pode ou não ser um câncer, sendo que este último se caracteriza pelo descontrole na proliferação do tecido da tireoide.
Os principais distúrbios da tireóide são o hipotireoidismo (baixa ou nenhuma produção de hormônios) e o hipertireoidismo (produção excessiva de hormônios), doenças que incidem, em geral, mais nas mulheres do que nos homens.
Sintomas
a) Hipotireoidismo
* Cansaço;
* Depressão;
* Falta de iniciativa;
* Pele seca e fria;
* Prisão de ventre;
* Diminuição da frequência cardíaca;
* Decréscimo da atividade cerebral;
* Diminuição do apetite;
* Sonolência;
* Reflexos mais vagarosos;
* Intolerância ao frio;
* Alterações menstruais e na potência e libido dos homens.
b) Hipertireoidismo
* Hiperativação do metabolismo;
* Nervosismo e irritação;
* Insônia;
* Aumento da frequência cardíaca;
* Intolerância ao calor;
* Sudorese abundante;
* Taquicardia;
* Perda de peso;
* Tremores;
* Olhos saltados;
* Comprometimento da capacidade de tomar decisões equilibradas.
Causas
a) Hipotireoidismo
* Tireoidite de Hashimoto, uma doença auto-imune que provoca a redução gradativa da glândula;
* Falta ou excesso de iodo na dieta.
b) Hipertireoidismo
* Doença de Graves, doença hereditária que se caracteriza pela presença de um anticorpo no sangue que estimula a produção excessiva dos hormônios tireoidianos;
* Nódulos que produzem hormônios tireoidianos de forma descontrolada.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito pela dosagem do hormônio TSH produzido pela hipófise e dos hormônios T3 e T4 produzidos pela tireóide.
Níveis elevados de TSH e baixos dos hormônios da tireóide caracterizam o hipotireoidismo. TSH baixo e alta dosagem de hormônios da tireóide caracterizam o hipertireoidismo.
Tratamento
Em ambos os casos o tratamento deve ser introduzido assim que o problema é diagnosticado e depende da avaliação das causas da doença em cada paciente.
No hipotireoidismo, deve começar de preferência na fase subclínica com a reposição do hormônio tireoxina que a tireóide deixou de fabricar. Como dificilmente a doença regride, ele deve ser tomado por toda a vida, mas os resultados são muito bons.
No hipertireoidismo, o tratamento pode incluir medicamentos, iodo radioativo e cirurgia e depende das características e causas da doença. Deve começar logo e ser prescrito principalmente na 3ª idade a fim de evitar a ocorrência de arritmias cardíacas, hipertensão, fibrilação, infarto e osteoporose.
Dr. Fernando Meira de Faria – Radiologista – CRM-MG: 46.590