Endometriose é uma doença que acomete as mulheres em idade reprodutiva e que consiste na presença de células endometriais em locais fora do útero. O endométrio é a camada interna do útero que é renovada mensalmente pela mestruação. É um transtorno ginecológico comum, atingindo entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva. Em resumo, endometriose é uma afecção inflamatória provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar.
Os principais sintomas da endometriose são dor e infertilidade. Aproximadamente 20% das mulheres têm apenas dor, 60% têm dor e infertilidade e 20% apenas infertilidade.
Os sintomas da endometriose podem variar de acordo com cada pessoa; existem mulheres que sofrem dores incapacitantes e outras que não sentem nenhum tipo de desconforto. A doença acomete hoje cerca de seis milhões de brasileiras.
Entre os sintomas mais comuns estão:
• Cólicas menstruais intensas e dor durante a menstruação;
• Dor pré-menstrual;
• Dor durante as relações sexuais;
• Dor difusa ou crônica na região pélvica.
Outros sintomas:
• Fadiga crônica e exaustão;
• Sangramento menstrual intenso ou irregular;
• Alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação;
• Dificuldade para engravidar e infertilidade.
Todos os especialistas concordam que o exame ginecológico é a melhor maneira para se fazer o diagnóstico de suspeita da endometriose, e que os exames de imagem devem ser feitos de acordo com o que existe de melhor no local. O ultrassom endovaginal é o primeiro método para diagnosticar a endometriose. Além do ultrassom endovaginal a ressonância magnética da pelve é útil para o diagnóstico. A certeza, porém, só pode ser dada por meio de exame anatomopatológico da lesão (biópsia).
Atualmente não há cura para a endometriose, que tende a regredir após a menopausa, com a queda dos hormônios femininos. No entanto, a dor e os sintomas dessa doença podem ser diminuídos e controlados. As principais metas do tratamento são:
Dentre os tratamentos possíveis mais conservadores, voltados para casos menos graves, está a administração por 6 a 12 meses de uma combinação de anticoncepcionais orais somado a anti-inflamatórios não hormonais de nova geração no período perimenstrual e determinados exercícios físicos.
Casos moderados e graves frequentemente necessitam de cirurgia para remover as células endométricas. Além dos tratamentos cirúrgicos podem ser associados o uso injeções de hormônios ou anti-hormônios, implantes subcutâneos de bastões de medicações ou DIU impregnados por substâncias inibidoras da menstruação.
Nos casos mais graves pode ser necessário a remoção de partes de órgãos como útero, ovários, tubas ou de porções do intestino. A retirada total de todas as lesões visíveis e palpáveis da doença traz melhora significativa da dor pélvica e da fertilidade.
Dr. Fernando Meira de Faria – Radiologista – CRM-MG: 46.590